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Vargem Grande: Os primeiros tempos Aspectos econômicos Extrativismo animal e vegetal A agricultura A pecuária As vias pavimentadas


1.      Vargem Grande Maranhão

Vargem Grande: Os primeiros tempos
Aspectos econômicos
Extrativismo animal e vegetal
A agricultura
A pecuária
As vias pavimentadas

   

1.1.Vargem Grande: Os primeiros tempos

Segundo as várias fontes pesquisadas, os primeiros contatos do homem civilizado com a região do Itapecuru, ocorreu no período da rápida colonização francesa. Nessa época  os franceses objetivavam conquistar os índios Uruatis, Caicazes, Guanazes, Guanarés e Barbados, que habitavam a região, conhecida na época, como a principal via de pene-tração para o interior maranhense.De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística,   Quando os portugueses chegaram ao Maranhão, dividiram o território desse Estado em vilas. Existia em terras onde hoje está localizado o município de lcatu, antiga morada dos ferozes índios Caicazes, uma vila que recebeu o nome de Águas- Boas. Ela foi fundada, logo após a assinatura do Tratado de Trégua entre portugueses e franceses, em 1614. Essa vila tinha como freguesia a Vila São Sebastião do Iguará, um lugar de extensas planícies, recobertas por excelente espécie de capim, utilizada séculos depois, pelos criadores de gado, que ali chegaram e se estabeleceram atraídos pela vegetação e pelo relevo daquela localidade.

   Sabe-se, ainda, que em 1689, o Senado da Câmara, em comunicado ao Sargento-Mór Antônio Barros Pereira, pedia a conclusão da construção da "Casa Forte do Mato", casas de paredes espessas, à prova de fogo e com portas de ferro que serviam para guardar dinheiro, documentos e outros objetos de valor e que estavam a cargo do seu ajudante Dionísio Barros de Albuquerque, uma vez que, em início do século XVIII, toda região fora de vastada pelos ferozes índios Caicazes, que se estabeleceram naquela região. Nessa ocasião, a Câmara de lcatu escreveu ao Rei de Portugal D. João V, dizendo que as"Casas Fortes do Mato"já não existiam ou se encontravam arruinadas, e que por esse motivo, convinha à Sua Majestade autorizar a mudança de uma dessas casas para as margens do Rio Iguará, que era a Barra, onde chegavam os comboios vindos da Bahia para esta capitania, e onde se alojavam os que partiam desta Vila de volta à Bahia. Essa "Casa Forte do Mato" serviria de proteção para essa gente, dos nobres e fidalgos em corso (piratas).
A partir do estabelecimento dos engenhos de açúcar, do trabalho dos missionários em conjunto com os colonos, da abertura de fronteira para a ocupação e dominação às margens dos rios, foram surgindo, além dos engenhos, as fazendas voltadas para o plantio de algodão, da cana-de-açúcar e de criações de gado. Essas fazendas foram embriões que serviram para o surgimento de pequenos povoados.
Entre as povoações que se formaram, vamos encontrar Vargem Grande, que, sabemos, pertencia originalmente a lcatu , sendo umas de suas freguesias, conhecida pelo nome
de Vila da Manga do Iguará, e que segundo alguns estudiosos, teria esta povoação nascida do encontro das estradas de boiada, sendo uma, que partia de Caxias e encontrava-se com a que vinha da Manga e que seguia para Itapecuru-Mirim, conhecida pelo nome de Três Fazendas Vizinhas. Era um local de terreno plano, abundante em pastos, banhados pelos Rios Iguará, Munim e Preto e que ficava a pequena distância do porto de embarque dos que se destinavam a São Luís.
As matas existentes às margens dos rios que cercavam o povoado eram excelentes para a lavoura do algodão e os seus campos eram os melhores para a criação solta do gado vacum, sendo por isso mesmo a atividade criatória a mais desenvolvida.
Como resultado da agricultura e de criação de gado, a povoação desenvolve-se, sendo desmembrada de Icatu, por ser considerada muito extensa. Isso ocorreu em 1º de maio de 1805, por sentença do bispo de Maranhão, D. Luís de Brito Homem.
Conforme César Marques, "dividido, desmembrou e separou desse dia para sempre de suas freguesias (lcatu) todo o território que fica no sul da mesma freguesia.... erigiu e instituiu uma nova paróquia e vigararia perpétua sob a invocação de Nossa Senhora das Dores, devendo ser edificada no lugar da Vargem Grande".
Através de decretos, sentenças e leis, ao longo do tempo, a situação política da freguesia da Manga do Iguará aos poucos fora se modificando. Já em 1808, foi criado o termo Iguará, para a comarca que compunha os municípios, e em 1835, pela Lei n.° 7, foi a freguesia elevada à categoria de Vila sendo criado ainda neste ano a Paróquia de São Sebastião da Vargem Grande.
Corria o ano de 1838, quando uma grande revolta marcou a história de Vargem Grande. Foi a posteriormente denominada "Balaiada", que nós já vimos no primeiro capítulo deste livro.
Após a revolta da Balaiada, com os ânimos serenados, Vargem Grande voltou à aparente quietude, tão comum nas cidades do interior maranhense, sem que fossem resolvidos os problemas que originaram tal revolta.
Em 14 de julho de 1845, após a limpeza da estrada da boiada, a construção de uma ponte sobre o riacho Paulica e de um prédio onde foi instalada a Câmara, Júri, Quartel e Cadeia, o vice-presidente da Província do Maranhão, Ângelo Carlos Muniz, decretou através da lei 203 a transferência da sede que até então era localizada na Vila da Manga, para Vargem Grande. Isso ocorreu após a Câmara ter comprado essas terras por dois contos de réis, do Capitão Francisco Coelho. As mesmas, originalmente pertenceram ao Padre Lingot. Segundo César Marques, "O patrimônio da municipalidade consistia em uma légua de terra de frente por três de fundo".
Com a transferência da sede da vila, foi iniciada a construção da igreja matriz de São Sebastião e uma sala para aula para alunos do sexo masculino, no próprio prédio da Câmara Municipal. É importante lembrar, que até bem pouco tempo, os meninos tinham mais oportunidades de estudar que as meninas. Também nesse período, foi nomeado Ricardo da Silva Ferro, primeiro professor.
Em 1856, foram estabelecidos os limites da vila de Vargem Grande.
Em 1857, através da lei providencial n.° 449, de 7 de outubro de 1857, foi transferido de Chapadinha para a Vila da Vargem Grande, a cadeira de primeiras letras para meninos e designados trezentos e setenta e um contos de reis, para a compra de objetos escolares. Nesse período, também deixaram de figurar os filhos livres de mulheres escravas, nascidos depois da lei de 28 setembro de 1871, por não terem recolhido à tesouraria da Fazenda, os livros de matrículas do município.
Durante o processo de desenvolvimento da Vila, em 1878, foi nomeado o Juiz Municipal e de Órgão, bem como o delegado de Higiene da Vila e em 1883 foi criada a Comarca do lguará.
Segundo Ana Socorro Ramos Braga, "Naquela época, em toda freguesia, encontrava-se 7 mil pessoas, sendo que 5.918 eram livres e 1.082 eram escravas. As principais atividades econômicas naqueles tempos eram a criação de gado e a plantação de arroz, de algodão e de cana de açúcar".
Mediante pesquisas e observações, constata-se que a população de Vargem Grande é constituída de brancos, de negros e de índios. Para a constituição populacional desse município, na antigüidade da sua história, além dos índios, que por lá viviam, detecta-se que o estado português fez ali chegar 50 colonos açorianos. Muitos anos depois foi expressiva a contribuição dos cearenses que migraram das áreas atingidas pelas grandes secas que assolaram o Ceará, ao longo dos séculos XVIII, XIX e metade do século XX, obrigando-os a saírem em busca de terras férteis e com invernos regulares, o que encontraram aqui no Maranhão; vieram também os vaqueiros oriundos da Bahia, que a partir de 1730 haviam ocupado os pastos naturais dessa localidade; também vieram os negros escravos para as grandes fazendas, para o trabalho nas lavouras e nas atividades diversas.
1.2. Aspectos econômicos
A economia de Vargem Grande, desde o princípio, esteve centrada no cultivo do algodão (fora outrora grande exportador de algodão para todo o nordeste brasileiro), da cana de açúcar, do arroz, da mandioca e na criação de gado vacum . Houve momentos em que a atividade extrativista vegetal também se impôs, principalmente a do babaçu. No começo do nosso século, exportava-se amêndoas para a capital e para outros estados, sendo este período, identificado como o de acentuada prosperidade econômica.
Nestes últimos três anos devido ao baixo preço do babaçu (R$ 0,30 o quilo) a economia está centralizada no funcionamento público e no comércio.
1.3. Extrativismo animal e vegetal
Os principais recursos vegetais do município são: babaçu, carnaúba e o jaborandi.
No extrativismo animal destacam-se a caça e a pesca.
Nas matas vargem-grandenses existia uma grande variedade de animas. Alguns desses animais mais comuns eram: o veado, a paca, a cutia, o tatu, o tatupeba, o coelho do mato, o macaco e a preguiça.
As aves mais comuns eram: nambu, jacu, marreca, pato, sericora.
No extrativismo vegetal, a palmeira do babaçu é da maior importância para a economia vargem-grandense, sobretudo para os moradores da zona rural. Desde cedo o homem do campo ensina aos filhos (sobretudo às filhas) o ofício de quebrar coco.
As embarcações utilizadas pelos pescadores são barcos e canoas e os instrumentos são: redes de pesca, anzóis, espinheis, enganchos. Os peixes mais comuns são: surubim, mandubé, piau, mandi, anojado e Curimatá.
1.4. A agricultura
O município produz com destaque o arroz, a mandioca, o milho, o feijão, a cana de açúcar, a batata doce e a macaxeira. O principal comprador desses produtos é a capital do Estado - São Luís.
1.5. A pecuária
A pecuária teve relativa importância para o município. Da cidade sai gado para outros municípios como: São Luís, Morros, Axixá, Itapecuru-Mirim, Chapadinha, Coroatá. As raças preferidas pelos criadores da área são: Nelore, Gir, Gruzerá, Holandês e em grande quantidade o conhecido “pé-duro”.
Existia ainda grande quantidade de suínos, ovinos, caprinos, eqüinos, asininos e muares.

     1.6.   As vias pavimentadas
 BR 222- MA – que liga Vargem Grande a Itapecuru-Mirim e a Chapadinha.
MA-020 – que segue para Coroatá e Nina Rodrigues.

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