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Fábulas 1.Objetivos: 2.Sobre o gênero: fábula 3.Tema transversal e interdisciplinaridade: 4.Estratégias iniciais 5.Comentários e sugestões: 6. Textos complementares 7. Critérios de avaliações


Fábulas
1.Objetivos:
 2.Sobre o gênero: fábula
3.Tema transversal e interdisciplinaridade:
4.Estratégias iniciais
5.Comentários e sugestões:
 6. Textos complementares
7. Critérios de avaliações


Fábulas
1.         Objetivos:
  Com este trabalho, espera-se que o aluno:
•          reconheça o gênero fábula e a situação de comunicação social em que épraticado: uma narrativa tradicional, de origem oral, com função de promover ensinamento norteadores de condutas sociais;
•          reconheça a estrutura da sequencia narrativa (situação inicial, conflito, resolução) e a relacione com a moral da fábula;
•          considere a variação cultural e seus efeitos nas modificações da moral das fábulas no decorrer dos tempos;
•          desenvolva habilidades orais para a contação defábulas por meio de recursos não linguísticos (elocução e pausas, respiração, gestos etc.);
•          crie personagens típicos de fábulas, utilizando o recurso da personificação, produza diálogos com presença de conflito e, depois, fábulas inteiras;
•          estude o discurso direto, o adjetivo (auxiliar na caracterização de personagens) e o artigo.
2.         Sobre o gênero: fábula
Contexto de produção. Esse é um gênero de datação histórica imprecisa, já que nasceu de narrativas orais, no Antigo Oriente. As fábulas contadas pelo grego Esopo são os registros mais importantes e antigos que temos das narrativas no Ocidente, datadas do século VI a.C.
Por meio desse gênero de narrativa, procura-se fortalecer comportamentos humanos adequados à moral das sociedades em suas épocas. Ou seja, a fábula tem por objetivo fazer o interlocutor reconhecer o exemplo de conduta humana ressaltada para reproduzi-lo e viver em harmonia com os preceitos sociais de seu tempo. O destinatário da fábula é a população de um período e de uma cultura específicos.
A produção do gênero migrou da oralidade, método comum à educação de povos da Antiguidade, para a escrita e, atualmente, para os meios digitais (há recontagem de fábulas na internet com morais atualizadas e desfechos muito diferentes dos das histórias em que se basearam, em razão da modificação de valores ao longo do tempo).
Organização textual. O gênero ganhou registros escritos ainda na Antiguidade, o que garantiu o conhecimento que temos dele nos dias atuais.  Apresenta, predominantemente, uma sequencia narrativa, e com frequência tem como secundarias as sequências dialogal e argumentativa, A fábula recebe um título que costuma trazer o nome das personagens envolvidas na trama.
Uma história, geralmente curta, apresenta um conflito de ordem comportamental, por meio de cujo desenvolvimento ou resolução o autor divulga uma moral. É muito comum que a moral da história venha destacada em letras diferenciadas ao fim da fábula. Porém, não são poucos os textos que contêm a moral apresentada no decorrer da narrativa.
O gênero se consagrou com a personificação de plantas, animais e objetos, que exibem características humanas marcadamente convenientes a trama: lealdade, ardileza, coragem, covardia etc. Entretanto, há fábulas com personagens humanas, ou mesmo deuses, convivendo com animais.
Aspectos linguísticos. As marcas temporais são genéricas ("um dia", "há muito tempo"): uma vez que o texto se presta a passar ao ouvinte/leitor ensinamentos morais, seus conceitos devem permanecer legítimos em qualquer época.
A personificação é outro aspecto característico do gênero; aparecem sentimentos humanos sendo emprestados mais comumente a animais do que a plantas ou objetos.
Como todo tipo textual em narrativa, verbos no passado são predominantes, embora uma fábula possa muito bem ser contada no presente. A sequência dialogal comumente é construída com travessões e verbos declarativos, ou dicendi - dizer, contar, comentar, declarar etc. Mas também se tem registro de discurso direto escrito entre aspas.
Na fábula, como em toda narrativa, são utilizados pronomes pessoais para substituir os sujeitos, além dos pronomes relativos, que servem para dar coesão nominal.

3.         Tema transversal e interdisciplinaridade:
   A ética é o tema transversal que se conecta a esse gênero textual pela própria essência das fábulas: elas nascem da necessidade de ensinar valores que ordenassem o convívio social.
Ética, ou em grego éthikós, e moral, do latim moraális, são termos
cunhados para designar os costumes. De modo universal ou particular, estão relacionados à capacidade analisar a conduta humana em sociedade e instituir normas para que a vida em sociedade seja possível. Juízos de valor passados de geração a geração formandos os princípios a seguir: a noção de bem e de mal, e de obrigação, de justiça e injustiça etc.
Os valores são modificados de acordo com os avanços, científicos, ideológicos, acadêmicos, enfim, culturais. Contudo, uma regra básica é aplicável em qualquer momento histórico: um homem não deve trazer prejuízo a outro homem ou à sociedade quando bem lheaprouver. A ética e a moral abordam atitudes e vontades humanas dentro do limite imposto por um ideal de conduta, e esse ideal e universal.
A moral da fábula abre espaço para discussões em sala de aula sobre o que deve ou não, o que pode ou não ser feito na vida em sociedade. Máximas como "Não faca ao próximo o que não gostaria que lhe fizessem" norteiam o trabalho do tema transversal e ditam os comportamentos aceitáveis dentro e fora da vida escolar. A ética é um conceito que pode ser discutido em todas as disciplinas (algumas escolas oferecem Filosofia em sua grade curricular). Outros professores podem ajudar a enriquecer o debate proposto, no livro do aluno, no quadro "A moral e a ética". Após discutir posturas éticas na escola, um documento com uma série de ações - conjuntas e individuais - pode ser redigido pela classe. Agindo de acordo com o documento, os alunos tornam-se protagonistas de atitudes que contribuem para o bom aproveitamento do espaço escolar.
4.         Estratégias iniciais
Antes de iniciar o projeto, na aula anterior, o professor pode perguntar aos alunos se conhecem algum ditado ou fábula. Para facilitar os estudos com o gênero fábula, é interessante pedir a eles que pesquisem ditados/máximas em livros e na internet, ou que perguntem aos familiares e conhecidos, para que possam anotar no caderno os dizeres que conseguiram reunir e levar para a classe.
Na aula, selecionar alguns alunos que possam apresentar sua pesquisa de ditados. Depois, perguntar aos demais se encontraram ditos que não tenham sido citados e pedir que os contem para a classe.
Fazer o mesmo com as fábulas, norteando-os, sempre que necessário, durante a narrativa oral, para que completem a história, com perguntas como: Quem são as personagens da fábula? 0 que aconteceu com elas? E depois, o que tal personagem fez? Qual a moral da historia?
E interessante, logo apos a narrativa do primeiro aluno, contar uma fábula pré-selecionada para a classe, dando ênfase na variação melódica das falas do narrador e, principalmente, das personagens, para que os alunos possam aprender a dar entonações diferentes a cada um e dar-lhes vida quando forem contar sua fabula.
5.         Comentários e sugestões:
1. Reconhecimento do gênero
Para que os alunos façam distinção entre a temática das fábulas e a de outros gêneros, como contos de fada e mitos em geral, pode ser necessário ressaltar que o conflito apresentado esta relacionado a um problema cotidiano da vida humana e comparar com exemplos de outros gêneros para que eles observem as diferenças.
É importante também que o aluno note a diferença entre as personagens dentro de seu contexto: o sapo da princesa é, na verdade, um príncipe; personagem distinto daquele da fábula do sapo que conversa com o escorpião.

2.         Moral da história
Quatro são as releituras propostas da fábula “A cigarra e a formiga". Uma de La Fontaine, duas deMonteiro Lobato e a última, mais atual  do escritor Vaz Nunes. A proposta dessa sequência de leitura é conceituar a visão do trabalho humano ao longo dos séculos para, em seguida, estimular os alunos a refletiremsobre a alteração  da moral do trabalho. Levar a classe a compreender que cada autor está ligado aos preceitos morais de sua época, contextualizarhistoricamente as fábulas de acordo com a época em que  foram escritas e criar um ambiente de debatepara que  os alunos exponham suas própriascrenças a respeito  do trabalho humano são bons recursos para que eles  percebam que a moral da história não é algo inquestionável, mas, ao contrário, requer conexões com os  conceitos éticos da sociedade em que se vive. Leia mais arespeito na seção 3. Tema Transversal deste trabalho.
3.         Personificação
A personificação é uma figura de linguagemtrabalhada no capítulo porque é comum a atribuição de vida, ação e voz a animais ou seres inanimados nesse gênero textual. Esse conceito poderá ser retomado nos últimos anos do Ensino Fundamental, sob umanova ótica, com aplicações em outros gêneros -principalmente aqueles com predominância de sequência narrativa, como contos, para enfatizar a qualidade de  um objeto durante a criação de um texto. Ex.: O livro sorria-lhe, convidativo.
4. Verbos dicendi
As técnicas de discursos são uma das proficiências desenvolvidas neste gênero, para a expressão dos pensamentos e falas das personagens. 0 discurso direto é  apresentado nos livros do aluno de duas maneiras: tanto  com travessão como com aspas. Aqui, para facilitaro trabalho do professor com os verbos dicendi  (também chamados de verbos de elocução), lembramos algumas áreassemânticas que podem auxiliar com a sistematização do conteúdo abordado: a) dizer ou falar está associado a afirmar, declarar; b) perguntar é o mesmo que interrogar, indagar; c) retrucar, revidar têm correspondênciasemântica com o verbo responder; d) contestar, com negar; e) concordar,  assentir; f) exclamar, com gritar; g) pedir, com solicitar rogar; h) exortar, com animar, aconselhar; i) mandar, com ordenar, determinar etc.
5. Adjetivos
Podem-se comparar textos que empregam com mais ênfase adjetivos com outros em que essa classe de palavras não étão significativa, como nos anúncios publicitários ou manuais de instrução. Nas narrativas, sugerem-se atividades de mudança de características de personagens, com as devidas alterações para manter a coerência do texto. Podem-se realizar atividades de formação de adjetivos compostos, derivados e pátrios para designar novas qualidades, por exemplo: liso-azulado, macio-perfumado etc. Propostas de escrita de textos descritivos ou de textos biográficossão apropriadas para essas tarefas.
6. Textos complementares
A seguir, apresentamos duas fábulas, uma célebre, e outra de temática moderna. São narrativas que podem ser lidas para ou pelos alunos ao longo do trabalho com o projeto.
Texto 1
                               A coruja e a Águia
Coruja e águia, depois de muita briga, resolveram fazer as pazes.
_ Basta de guerra - disse a coruja. O mundo e tão grande, e tolice maior que o mundo é andarmos a comer os filhotes uma da outra.
_ Perfeitamente - respondeu a águia. _ Também eu não quero outra coisa.
_ Nesse caso combinemos isso: de ora em diante não comerás nunca os meus filhotes.
_ Muito bem. Mas como vou distinguir os teusfilhotes?
_ Coisa fácil. Sempre que encontrares uns borrachos lindos, bem feitinhos de corpo, alegres, cheios de uma graça especial que não existe em filhote de nenhuma outra ave, já sabes, são os meus.
_ Esta feito! _ concluiu a águia.
Dias depois, andando à caça, a águia encontrou um  ninho com três monstrengos dentro, que piavam de bico muito aberto.
_ Horríveis bichos! - disse ela. - Vê-se logo que não são os filhos da coruja.
E comeu.
Mas eram os filhos da coruja. Ao regressar à toca a triste mãe chorou amargamente o desastre e foi justar contas com a rainha das aves.
_ Que? - disse esta, admirada. _ Eram teus filhos aqueles monstrenguinhos? Pois, olha,não se pareciamnada com o retrato que deles me fizeste...
MORAL: QUEM O FEIO AMA, BONITO LHE PARECE.
Texto 2
   Nesta fabula, José Roberto Torero mistura ficção e realidade. Bem-humorado, muitas vezes sarcástico, o autor faz ao final um comentário a título de "moral da história". O professor pode debater com os alunos se eles concordam ou não com as palavras do escritor.
O mais nobre dos esportes
0 homem mais rico do mundo queria saber qual era o mais nobre dos esportes e, para isso, chamou três sábios: um da China, porque a China é o berço da sabedoria; outro da Franca, porque a Franca e o berço da ciência; e outro dos Estados Unidos, que nãosão o berço de coisa nenhuma mas ganham muitas medalhas nas Olimpíadas.
Logo que os trêssábios chegaram à casa do magno magnata, este lhes perguntou: "Senhores, qual o mais nobre dos esportes? Aquele que me convencer receberá um pote de ouro".
Então o chinês disse; "Honorável senhor, em todos os esportes há nobreza, mas em nenhum outro há mais do que no xadrez. Ele é um jogo de estratégias e inteligências, onde mais conta o cérebro do que qualquer outra coisa. O xadrez é o esporte do intelecto". Depois, satisfeito com suas próprias palavras, sentou e tomou seu chá.
Então o francês falou: "Monsieur, nenhum esporte se compara a esgrima. Na esgrima treinamos pontaria e rapidez, defesa e ataque, reflexos e precisão. É um esporte onde todo o corpo é chamado a agir, e por isso é o esporte da habilidade física". Depois, satisfeito com suas palavras, sentou e tomou seu vinho.
Então o norte-americano rosnou: "Mister, o xadrez e a esgrima são okeis, mas o mais nobre mesmo é o pôquer, que exige dissimulação e farsa, psicologia e trama. Ele não é jogado apenas com o corpo e o cérebro, mas também com a alma. É o esporte do controle emocional". Depois, satisfeito, sentou e tomou sua Diet Coke.

O homem mais rico do mundo disse que precisava de algum tempo para pensar sobre aqueles profundosarrazoamentos, e, como pensar dá fome, pediu uma  pizza pelo telefone.
Quando o entregador chegou com a pizza, o homemmais rico do mundo, só por brincadeira, resolveu lhe  perguntar qual era o esporte mais nobre: o xadrez, a esgrima  ou o pôquer. O entregador nãose fez de rogado e disse: "Esses três esportes são importantes, mas o mais de todos é o futebol de botão".
Os trêssábioscaíram na gargalhada, mas o entregador permaneceu imperturbável.
"Vejam, o futebol de botão é uma síntese do conhecimento humano. Ele necessita de movimentos estratégicos como o xadrez; pede pontaria, reflexos e precisão como a esgrima e requer autodomínio como o pôquer. O futebol de botão, senhores, é o único esporte onde sãonecessários intelecto, habilidade física e controle emocional. Tudoao mesmo tempo e em igual proporção."
Todos ficaram boquiabertos com tais ideias e as aplaudiram com entusiasmo.
O entregador então fez umapartida de botão com cada um  dos presentes para celebrar a mais nobre das artes. Ele venceu o chinês por 8 a 0,goleou o francês por 9 a 0,   deu de 10 a 0 no norte- americano. Estranhamente, porém, perdeude 1 a 0 para o anfitrião; e com um gol contra.
0 homem mais rico do mundo ficou tão feliz com a inesperada vitória que não deu apenas um pote de ouro ao entregador de pizza, mas também a mão de sua linda filha e única herdeira.
E a moral dessa fábula esportiva, se é que há alguma,é que é bom ser sábio, mas melhor ainda ser sabido.
TORERO, José Roberto

Texto 3
No texto abaixo, o linguista Marcos Bagno relata a história das fábulas, enumera autores importantes e orienta trabalhos pedagógicos com esse gênero textual.
Fábulas fabulosas
[...] A grande maioria das fábulas tem como personagens animais ou criaturas imaginárias (criaturas fabulosas), que representam, de forma alegórica, os traços
decaráter (negativos e positives) dos seres humanos.
Os gregos chamavam a fábula de apólogo, e esta palavra também costuma ser usada para designar uma pequena narrativa que encerra uma lição de moral. A palavra latina fábuladeriva do verbo fabulare, "conversar, narrar", o que mostra que a fábula tem sua origem na tradição oral - aliás, é da palavra latina fábula que vem o substantivo português fala e o verbo falar. [...]
Na história do Ocidente, houve grandes autores de fábulas. Na Grécia antiga, o mais famoso deles foiEsopo, que viveu entre os séculos VII e VI antes de Cristo. Diz atradição que Esopoera um grande contador de histórias, mas que não deixou nenhuma fábula escrita. Seus apólogos foram registrados de forma literária mais tarde por outros autores. 0 mais importante deles foi o romano Fedro (15 a.C.-50 d.C), que se declarava admirador e imitador de Esopo. [...] No século XVII, na França, viveu o mais importante fabulista da era moderna: Jean de La Fontaine (1621-1695). La Fontaine, além de compor suas próprias fábulas, também reescreveu em versos franceses muitas das fábulas antigas de Esopo e de Fedro. É dele a fábula mais conhecida de todo o Ocidente, "A cigarra e a formiga".
[...] o grande Monteiro Lobato (18824948) também se interessou por este gênero tradicional. Em seu livro Fábulas, Lobato reconta em prosa brasileira moderna algumas das fábulas antigas de Esopo, Fedro e La Fontaine, além de nos apresentar algumas de sua própria autoria. Este é, sem dúvida, um dos melhores livros que existem no Brasil para a abordagem do gênero fábula em sala de aula: além do texto da fábula propriamente dita, Monteiro Lobato insere, depois de cada uma das narrativas, as animadas discussões que a fábula provoca no círculo de personagens que povoam o Sítio do Picapau Amarelo.
Uma proposta interessante para a abordagem da fábula em sala de aula seria tentar reproduzir de algum modo esse ambiente do Sítio do Picapau Amarelo.0 professor poderia narrar a fábula, ou lê-la junto com os alunos, garantindo que cada um ou cada dupla tenha uma cópia, e em seguida debater os valores morais  contidos na historia. Como a questão da ética tem sido muito enfatizada nas propostas atuais de ensino (como nos Parâmetros Curriculares Nacionais), as fábulas poderiam suscitar boas discussões em torno de temas como a solidariedade, a (in)justiça social, a vaidade, a ganancia [...].
Outra proposta de trabalho com as fábulas pode ser a produção de um livro feito pelos alunos. Inicialmente, o professor selecionaria e apresentaria varias fábulas, usando procedimentos didáticos diversos, como, por exemplo, pedir que leiam uma fábula que ainda não conhecem e deem um titulo ou coloquem uma outra moral, orientar a preparação de leituras em voz alta etc. Posteriormente, das muitas fábulas lidas, o professor pediria a (re)escrita de algumas delas, após ter garantido que os alunos a memorizaram. [...] 0 professor poderia, ainda, dar continuidade a este projeto de trabalho, depois de estar seguro que os alunos têm alguma intimidade com este gênero, sugerindo a criação de fábulas a partir da sugestão de um titulo como "O elefante e a formiga" ou de alguma moral como "Quem  muito gasta, pouco tem". Seria interessante que neste processo de criação fosse incentivado o trabalho em dupla de alunos, assim como o trabalho com algumas versões antes de se chegar aversão final, que fara parte do livro de fábulas. O final deste projeto de Língua Portuguesa poderia ser a leitura das fábulas deste livro para alunos de outras series ou para os pais, em uma tarde de autógrafos.
Assim, as fábulas podem ser um importante aliado tanto para o trabalho pedagógico com a língua oral, a leitura e a língua escrita, como também em uma perspectiva sociológica e antropológica [...].
BAGNO, Marcos
7. Critériosde avaliação
Osconceitos como características das personagens e a moral das fabulas foram estudados aqui. Assim, espera-se que o aluno crie personagens, diálogos e produza umafábula.
1. Quanto ao gênero
A fábula, geralmente uma história curta, tem características marcantes, o que favorece a compreensão dos textos, o reconhecimento do genro e a produção de uma fábula pelos alunos logo no início do ano letivo. Ao terminar de estudar o projeto, espera-se que o aluno seja capaz de:
reconhecer a função ordenadora das condutas humanas na vida em sociedade por meio da moral infundida durante e/ou no final das fábulas;
ter conhecimento de que a origem do gênero e oral e, por isso, saber que nem sempre e possível identificar a autoria das fábulas. Identificar os autores dos textos que nos chegaram às mãos por registro escrito, como os de La Fontaine, Lobato e Millôr Fernandes;
reconhecer e reproduzir a estrutura fundamental da tipologia narrativa (situacao inicial, conflito, resolução final), seu carátercronológico, marcado por um desenvolvimento linear;
relacionar a  intriga narrativa à moral;
estabelecer uma relação entre o conflito vivido pelas personagens na história e atitudes conflituosas vivenciadas por atores sociais na vida real;
identificar as características humanas fisicas (como a fala) e psicológicas (ligadas a sentimentos) atribuídas a animais, objetos e plantas para que possam protagonizar as historias;
associar a qualidade de cada personagem (dada pelo emprego de adjetivos) ao papel que lhes cabe: vilão, herói ou coadjuvante;
perceber que as marcas temporais ("certa vez", "um dia" etc.) são indeterminadas no gênero. Alunos em estágios mais avançados de compreensão podem chegar a concluir que isso acontece para manter seu valor, mesmo depois de muitos séculos;
reconhecer que a moral das fábulas se ajusta aos preceitos sociais de cada epoca.
2. Quanto à produção
Nas produções escritas, deve-se avaliar se o aluno é capaz de:
selecionar um animal que se ajuste à qualidade humana  que se quer atribuir a ele (ex.: pavão com vaidade; coruja com orgulho maternal);
contrapor ao primeiro animal outro que represente qualidades contrárias.
colocar a voz das personagens em discurso direto, seja por meio de travessões, seja entre aspas;
empregar a pontuação corretamente, incluindo a voz do narrador entre os sinais gráficos utilizados;
determinar com clareza, na sequência de diálogos, qual personagem fala o quê, principalmente no casos em que os diálogos se seguem sem a intervenção do narrador;
criardiálogos adequados as personagens e ao conflito escolhidos para a atividade.
relacionar o estudo dos adjetivos apresentados no estudo sobre a Gramática e em ação à melhor caracterização da personagem criada e associar adjetivos adequados, seja fisicamente, seja psicologicamente.
reconhecer um ditado durante a pesquisa e emprega-lo como a moral da história;
construir personagens adaptadas a essa moral;
dar um título adequado, sem antecipar o final;
criar a fábula reproduzindo a estrutura da se sequência narrativa, com situação inicial brevemente contada, conflito e resolução, arrematada pela moral.
3. Para uma leitura final
Ao apresentar o texto abaixo como atividadecomplementar, o aluno deve ser capaz de:
reconhecê-lo como integrante do genro fábula;
reconhecer que hápersonificação dos protagonistas e associar-lhes as qualidades expostas no texto;
identificar a estrutura da sequencia narrativa;
desvendar o conflito proposto pelo autor;
criar uma moral ajustada ao texto (na versão escolhida é:  "Cuidado com quem
muito elogia").
Passada de geração a geração, "O corvo e a raposa" é uma das fábulas mais famosas de Esopo. Ela traz embutida um ensinamento, você saberia dizer qual é?
                                O corvo e a raposa
Esopo
Passava certa raposa por baixo de uma árvore, quando avistou, entre os ramos, um corvo, que tinha no bico um grande pedaço de queijo. A raposa ficou logo com água na boca. Parando, disse ao corvo:
- Oh! Que formosa ave! Com certeza, és a rainha dos ares! Que lindas penas! Que olhos tão vivos! Que fisionomia inteligente! Que esplêndidobico! Estou certa de que sabes cantar muito bem!...
0 corvo não cabia em si, por ouvir tão rasgados elogios. envaidecido, quis fazer a raposa ouvir uma pequena amostra de seu canto: abriu o bico e...  cantou. Como podem compreender, ao fazê-lo, o pedaço de queijo caiu-lhe do bico. A raposa, que esperavajustamente isso, agarrou o queijo rapidamente, e lã se foi, rindo, muito contente.
Referências Bibliográficas:
 Gabriela Rodella, Flávio Nigro e Joaã Campos/português: a arte da palavra, 6º ano/
1.       ed. _São Paulo: Editora AJS Ltda, 2009.

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