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Análise literária do poema “Trem de ferro” de Manuel Bandeira e um roteiro para uma leitura jogralizada


O café foi o principal produto de exportação brasileira até 1930, época em que Manuel Bandeira criou o poema Trem de ferro. Para que a produção do café pudesse chegar ao Porto de Santos com maior rapidez, foram construídas ferrovias até a cidade de Santos (SP).
Ao criar o poema Trem de ferro, Manuel Bandeira escolheu e combinou palavras de modo a imitar o barulho e o movimento de um trem.
Objetivo:  Trabalhar com algumas características do poema: ritmo, aliterações, rima; sensibilizar o aluno para a postura e a entonação adequadas à leitura de um poema.
Esse poema possibilita explorar as características do texto poético: ritmo, aliteração, (repetição de consoantes), rima, sonoridade, estrofe, verso, silhueta.


É dado um destaque especial à leitura do poema, observando a postura, a entonação do poema, que colaboram para  a construção do significado do texto.
Os recursos de repetição das palavras, tamanho dos versos e rimas também são enfocados.
Por fim, o trabalho de compreensão permite que o aluno se conscientize das possibilidades criadoras da palavra e desenvolva a apreciação estética. 
Antes de fazer a divisão dos grupos, peça para os alunos fazerem uma leitura silenciosa do texto. Lembrar os alunos da presença ou da ausência de pontuação nos versos. A ausência de pontuação torna a leitura mais dinâmica, mais rápida. Nos versos em que há pontuação, (interrogação, exclamação, reticências), orientar os alunos a lerem com entonação e expressividade.
Durante a leitura tanto silenciosa como coletiva, os alunos devem perceber algumas características do texto poético, como a presença de rimas, de repetição de versos, da aliterações. Essas informações e outras descobertas do aluno, durante essa seção, poderão ser registradas num cartaz e afixadas no Cantinho das descobertas. Lembramos ainda que a leitura jogralizada é uma atividade enriquecedora, tanto por valorizar a expressão oral dos alunos quanto para despertar nas outras turmas o gosto pela apreciação de poemas.
Convém abordar com o aluno o fato de que os blocos de texto (estrofes) frequentemente são alinhados à esquerda (a linha  não é totalmente ocupada). Para realizar essa atividade, é necessária a intervenção do professor, orientando os alunos a observarem a silhueta (desenho do perfil)  do poema e, assim, perceber nela a semelhança a algo comprido como um trem.
Chamar atenção para a aliteração no ritmo de leitura provocada pelo verso “Virge Maria que foi isso maquinista?”.
Aprofundar o trabalho com os efeitos sonoros e ritmos provocados pela repetição de consoantes (aliteração) e o uso de frases curtas. Essa atividade permitirá ao aluno estabelecer uma relação entre a sonoridade do poema e a escolha de palavras pelo poeta.
Os alunos deverão perceber, pela leitura oral, que os versos curtos estão relacionados a um ritmo de leitura mais rápido e os versos mais longos, a um ritmo de leitura mais lento.
Sugerir aos alunos que, criem outras expressões, além de “café com pão”, que remetem ao som do trem em movimento. Essa proposta favorecerá o exercício da criatividade e da imaginação.
Sugestão para leitura jogralizada:
1.    Fazer uma leitura jogralizada para que os alunos possam perceber a sonoridade e o ritmo do poema.   
2.   Cada grupo fazer a leitura do poema em voz alta, ensaiando a postura e a entonação de voz.
3.       Combinar com os colegas dos grupos quem lerá cada estrofe e como será lida.     
4.   Depois  de ensaiarem bastante, apresentem a leitura jogralizada para outras classes. Se preferir, a apresentação poderá ser acompanhada por movimentos corporais.
5.   Os alunos deverão observar o ritmo: jeito mais rápido,
Mais lento; o efeito que a tonicidade das palavras traz ao poema; a rima.
6.   Liberem a criatividade e a emoção, e bom trabalho! 

Ray costa, 24/05/12  
                                                                          

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